domingo, 27 de dezembro de 2009

só o tempo dirá

Era uma tarde de domingo como outra qualquer; o dia estava quente, o sol em meio ao céu e nós dois ali na praia, sentados na beira do mar.
Havia uma leve brisa que nem se quer movia as folhas das árvores, estava tudo calmo até ele começar a falar.
- O que você acha que eu devo fazer ? Eu sei que é arriscado, mas é bom pra mim. - disse ele, me olhando com medo da minha resposta.
- Não sei, eu sempre fui contra à você ir . Acho que esses princípios não são seus, essa não é a sua idéia. Acho, que você deveria lutar por algo que você realmente acredite. - eu disse, olhando em seus olhos, tentando demonstrar uma calma que eu não tinha.
Ele respirou fundo, e voltou a olhar pro mar; eu continuei observando-o, percebi que ele estava inquieto, mas resolvi não falar nada apenas me aproximei e o abracei. Ele me olhou, deu um leve sorriso, e um beijo na minha testa. Alí ficamos abraçados durante algumas horas, conversando sobre coisas sem sentido.
O sol começou a se pôr, ele estava encantado com a beleza daquele momento e eu ainda mais com a beleza dele, seus olhos pareciam os de uma criança quando ganha um brinquedo que tanto esperava. Então, ele me olha e diz:
- Lembre-se dessa tarde como aquela que você descobriu meus medos, meus sentimentos, que você me conheceu realmente. - ele disse, se levantando da areia, e ficando em pé à minha frente; eu o olhei sem entender nada, e perguntei :
- O que você quer dizer com isso ? - nesse momento, eu fiquei paralisada. Parecia que aquela leve brisa que havia no início da tarde tinha se tornado um furacão e que estava à ponto de me levar. Me levantei, fiquei em pé de frente pra ele. Ele me olhava calmo, como se aquela fosse a situação mais normal na qual ele ja estivesse, enquanto eu estava em pânico.
- Eu estou pensando no que é melhor pra mim, pro meu futuro, quem sabe nós não nos encontramos novamente daqui há uns 10 anos - ele dizia enquanto me olhava com uma cara de entediado - é, quem sabe não é o melhor para nos dois, seguirmos rumos diferentes. - ele sorria. Eu quase chorando e ele sorria, eu continuava paralisada, desnorteada, pensando que aquilo nao podia ser real. Aquele quem eu mais amava, que estava sempre do meu lado, me apoiando, está me deixando pra lutar por algo que ele nem se importa. Eu simplesmente olhei em seus olhos, baixei a cabeça; uma última lágrima correu em meu rosto. Ele aproximou sua mão de meu rosto, eu desviei e olhei para ele.
- É, quem sabe. Daqui há uns 10 anos a gente se encontre de novo. - eu dei um sorriso amarelo, virei as costas e sai; segui caminhando pela beira do mar sem rumo. Pensei que ele viria atrás de mim, e que o que tinha dito antes seria apenas um fugaz instante de rebeldia; mas não, ele permaneceu onde estava e só ficou à me observar indo embora.

Fiquei pensando no que ele disse, quem sabe não era melhor assim ? Eu seguindo a minha vida e ele sendo feliz da forma que imaginar; mas continuo acreditando que nada me faria mais feliz do que lhe ter de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário